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Pedidos de registros de armas crescem 57% no Paraná, em 2020, diz PF

Polícia Federal contabilizou 8,2 mil requerimentos, contra 5,2 mil de 2019. Especialistas criticam armamento e dizem que aumento pode gerar efeito contrário e agravar índices de violência. Mais de 90% dos novos pedidos de armas são para cidadãos comuns no Paraná

Polícia Federal contabilizou 8,2 mil requerimentos, contra 5,2 mil de 2019. Especialistas criticam armamento e dizem que aumento pode gerar efeito contrário e agravar índices de violência. Mais de 90% dos novos pedidos de armas são para cidadãos comuns no Paraná
Os pedidos de registros de arma, no Paraná, aumentaram 57,7%, em 2020, na comparação com um ano anterior, de acordo com um levantamento feito pela Polícia Federal (PF). Ao todo, 8.284 requerimentos foram feitos, no estado.
O Paraná é o sétimo estado com mais requerimentos para a autorização de novas armas, ficando atrás de Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas. O Distrito Federal também aparece com mais pedidos.
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No Brasil, a maior parte dos registros se enquadra na categoria "Cidadão Comum", com quase 70% dos pedidos. Na sequência aparecem servidores públicos e empresas de segurança privada.
Já no Paraná, os pedidos feitos por cidadãos comuns representam quase 90% dos requerimentos, conforme a PF. Veja a seguir o número total de pedidos, por ano.
Entre as delegacias da Polícia Federal, a unidade de Ponta Grossa foi a que mais registrou requerimentos para liberação de armas:
Ponta Grossa: 1.821
Curitiba: 1.407
Londrina: 1.390
Guarapuava: 1.206
Maringá: 660
Guaíra: 657
Foz do Iguaçu: 346
Paranaguá: 37
O que dizem especialistas
Especialistas dizem que o incentivo ao uso de armas pode agravar os índices de violência. O professor em direito penal Francisco Monteiro Rocha Junior, da Universidade Federal do Paraná, explica que 86% das armas encontradas com criminosos, no Brasil, tem procedência legal.
"Aquilo que, teoricamente, era para defesa do cidadão acaba caindo no mercado ilegal. E com o efeito de, quanto maior a oferta, é muito acessível para quem está à margem da lei ter acesso a arma", afirmou.
Isabel Figueredo, que é representante do Conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, critica as medidas que facilitam o acesso a armas e munições que vem sendo tomadas no país, desde 2019.
Segundo ela, o processo de licenciamento é muito custoso e a maior parte da população é contrária ao armamento.
"Tem um discurso de que 'agora vocês vão se armar e vão poder se defender', que já é errado, mas que além de tudo é mentiroso porque vem da ideia de que qualquer um vai ter acesso e não vai, porque a arma é cara", argumentou.
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Thomas Def/Unsplash
Decisão no STF
Em abril, 13 decretos federais que flexibilizam o acesso as armas foram vetados por uma decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Entre os pontos que foram suspensos está a possibilidade de uma pessoa comprar até seis armas e, no caso de agente de segurança, até oito equipamentos.
A ministra também vetou a autorização para porte simultâneo de até duas armas de fogo, por cidadão.
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